domingo, 13 de junho de 2010

Memória da pele.

Anda fazendo um frio danado... Penso comigo o quão irônico as coisas podem ser. Hoje mesmo já pedi pra Deus umas catorze vezes você aqui comigo. Puta injusto colocar Deus nessas coisas. Só que não posso mais te ligar. Última madrugada só atravessei sóbria porque tive a coragem de discar os 8 números que eu sei tão bem de cór. Mas descobri que a única coisa que me resta é te escrever... E escrever assim, sem compromisso, sem forma de carta, sem a menor pretensão de que seus olhos cheguem a ler alguma frase. Como é mesmo que você me disse? "Escrever deixa tudo bonito mas demonstra tanta falta de controle.." Quando a gente escreve a gente deixa um pouco do que a gente é tão exposto... Deus viu. Deus vê tudo o tempo todo. Sou ciumenta, possessiva, passional, intensa. E a única coisa que você me pede é pra ser menos. Dorme, pequena, dorme... Acalma esse pranto, se aguenta. Lembra do cheiro, da saliva, do suor nas mãos a tanto entrelaçadas. Mas se aguenta. Penso coisas assim o tempo todo, estou ficando louca com essa história de auto consolo. Você tenta se proteger, eu te digo que não sei quanto tempo aguento e você segue confiante porque você sabe que eu já esperamos um ano, quatro meses. Em um momento de maior ousadia diria até que passei minha vida toda esperando. To guardando. Essa minha facilidade em manter um sentimento por tanto tempo só pensando em quão grande e bonito ele pode ficar. Minha merda é essa. Ser mais sentimento do que razão. Não ter meio termo. Querer te guardar num potinho. Sou intensa e pago o preço. Mas não vou negar nada disso. Ainda se fossem defeitos... Mas nem isso. Ou será que ser demais é um defeito? Então que venha o tempo. E que ele passe rápido, como se eu estivesse adormecida. E que Deus coloque alguma coisa dentro dessa sua cabecinha teimosa. Mentira, não precisa colocar nada. Abrir seus olhos já é suficiente. Enquanto isso eu fico aqui, dando um jeito nessa saudade, tentando diminuir o buraco que ficou aqui dentro para que eu mesma não acabe caindo nele.
( créditos: Breathless )

Nenhum comentário:

Postar um comentário